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Nada é de novo

Casa Z42 is located in the Cosme Velho neighborhood, a few meters from the train station in the direction of Cristo Redentor. The house of eclectic architecture from the 1930s, houses nine studios for artists, Galeria Z with five exhibition halls, in addition to the auditorium, garage (multipurpose space) and an open-air space with an attached stage. In order to create a living body, where art breathes and is constantly disseminated, Z42 operates in the contemporary art scene in its various interdisciplinary and transversal aspects, by contemplating in its spaces the various existing contemporary artistic languages ​​and its conceptual developments.

Its 1,500 m2 is filled with fullness by contemporary art through experiments, courses, workshops, seminars, lectures, gastronomy, cinema, theater and exhibitions. Inserted in the cultural circuit of the city of Rio de Janeiro, house Z42 seeks, through its activities, to interact with the public and provide diverse experiences.

 

The house is open to the public for free visitation. Opening hours: Monday to Friday from 12h to 17h.

Sobre a exposição

"Nada é de novo", de Marina Ribas

Mostra que ocupa a Z42 Arte, no Cosme Velho, apresenta uma produção inédita da artista que tem o ovo como um dos principais elementos

 

No sábado, 18 de março, a Z42 Arte inaugura uma exposição individual de Marina Ribas, artista carioca com 20 anos de carreira na arte contemporânea brasileira. A exibição ocupa o térreo do casarão no Cosme Velho, com trabalhos inéditos produzidos ao longo dos últimos três anos.

 

Icônico na história da arte, o ovo é um elemento presente na trajetória de grandes artistas brasileiras: Anna Maria Maiolino, Celeida Tostes, Lygia Pape, Regina Vater e a escritora Clarice Lispector. Como nada é "de novo”, Marina Ribas explora com sua linguagem poética este símbolo. Desde pequenos ovos produzidos um a um à mão, passando por esculturas totêmicas, grandes formatos em pinturas até registros de inserções não permitidas realizadas pela artista fora do país.

 

Em “Ninhos vazios”, cipós e troncos de podas são justapostos a hastes metálicas, criando circuitos. As peças de grandes dimensões têm relação direta com a parede, falando da linha e a sua projeção sobre o espaço real. O ninho vazio em escala menor se sustenta por si só; mais escultórico, traz a questão da volumetria através da massa.

 

Já na série “Endométricos”, Marina Ribas apropria-se de espumas de grandes dimensões e trabalha o acúmulo e o esvaziamento de matéria sobre elas. A saturação é evidenciada por volumosos borbulhantes, que crescem e se proliferam pela superfície esponjosa. Uma das obras que se destaca é um quadro preto de 3,1 x 2 metros, feito a partir de uma espuma cinza. "Introduzi mais preto sobre uma corporeidade. A espuma é uma estrutura com profundidade e densidade. Acumulei sobre ela mais matéria e pigmento preto, criando fissuras, indo além do gestual do pincel: é também um trabalho de esculpir. É uma pintura escultórica; um relevo”, explica a artista.

 

A série “Oco Maciço” dá uma continuidade à corporificação da exposição, dessa vez relacionando os volumes disformes e esponjosos a elementos arquitetônicos e geométricos, através de empilhamento. O barro, presente na história da humanidade desde os tempos imemoriais, reforça a ideia de se repensar o passado. 

 

Outros trabalhos trazem uma dinâmica de opostos complementares, protagonizados por um díptico: dois grandes quadros brancos com ovos em baixo e alto relevo. Este jogo do côncavo e convexo se desdobra em outras obras de escalas variadas, onde casca e conteúdo dialogam entre si, tomando como discurso o "dentro" e o “fora".

 

Uma parte da exposição vai exibir registros fotográficos de uma série de intervenções não autorizadas, em que a artista espalhou seus ovos por estátuas femininas antigas de cidades italianas e francesas. Apesar do mimetismo, não se trata de uma integração, mas de uma provocação. Os ovos marcam a ausência da artista mulher nesses contextos, onde a história da arte foi até pouco tempo predominantemente masculina. 


Em vídeo, estão registradas as ações em que Marina Ribas coloca seus ovos em espaços contemporâneos como no pavilhão da Espanha na Bienal de Veneza, Palazzo Manfrin (atual fundação do artista Anish Kapoor), a filial italiana da galeria Gagosian, o Instituto Burri, o Museu George Pompidou e Palais de Tokyo, questionando a ausência ou não pertencimento feminino no mercado da arte.

 

Por fim, a artista apresenta o múltiplo “nada de nOvo”, onde a manufatura dos ovos em porcelana fria discute a dualidade entre o individual e o coletivo. Apesar de quase idênticos, são todos únicos.

 

Numa das salas, os ovos pretos ocupam uma parede em linha reta, como se flutuasse. Aqui, o inesperado se apresenta no apoio vertical, criando visualidades fora do comum. A obra também fala de repetição do ponto no espaço e sua relevância.

 

Para que o colecionador e o público em geral possa fazer sua própria inserção, a artista disponibiliza caixas de meia dúzia de ovos para venda - cada uma por R$ 600,00 - com quatro opções de tom. As obras vêm acompanhadas de certificado de autenticidade assinado pela artista. 

Texto crítico por Patrícia Borges

ASSESSORIA DE IMPRENSA:

 

Domi Valansi

Whatsapp (21) 98153-7232

domivalansi@gmail.com

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